20ª SESSÃO - DE TITANIC, A ENTRE-OS-RIOS
O PRINCÍPIO DO FIM (DO QUE JÁ NÃO EXISTIA)
1.- Preparar a partida
Figueira da Foz, algures por 1985 – 1986. Um homem rude, boçal e tosco, embandeirado apenas por um doutoramento (verdadeiro, diga-se) em York e com McGiver na cabeça, tendo comprado de fresco um Citroen BX numa época em que era recomendado fazer uma rodagem – agora os carros vêm com a rodagem feita na hora – decide fazer a dita naquela terra.
E por acaso, que só por acaso estas coisas acontecem, havia nesse fim de semana nessa mesma terra um congresso do partido a que pertencia (hoje não pertence, embora se divirta a jogar peças às cegas lá para dentro, derrubando quando lhe apetece dirigentes sejam eles primeiro-ministro ou não. Há gostos que não são passíveis de discussão.).
Apesar de tudo o que sucedeu e sucede em Portugal, estava-se na num dos períodos mais tristes de todos estes trinta e tal enganos sucessivos, governados pela pior escória que Abril alimentou (o Bloco Central). Com a PIDE reciclada e reutilizada no SIS / SIR e aparelhos desses partidos, juntando aos ficheiros da dita os updates decorrentes dos dez anos já passados; com o nome, que basta o nome, do então primeiro ministro; com o que se negociava em Bruxelas para vender o que nos restava da Alma; o tráfico de armas feito a partir dos protagonistas nacionais; o dinheiro e a fruta de Macau a insinuar-se nas altas esperas, dominando-as, – este foi um período, e já mencionado neste blog, do terror mais subtil que nem Salazar ousou empreender. Só no reino da pura mafia (António Guterres e Jorge Sampaio) se igualou e pontualmente ultrapassou a maldade publicamente exercida sobre a população. Já lá vamos.
O mais curioso, e que comprova que pelo menos em Portugal o centro é ocupado por hordas de medíocres, imbecis e analfabetos funcionais, o mais curioso é que com tanto dinheiro à disposição (que lhes importava a origem?) ; com tanto poder nas mãos; com o nosso destino traçado e vendido (é esse o termo!) para os próximos cem a duzentos anos, os palermas andavam às turras, a propósito d'isto é meu, e os membros do governo vinham à televisão maldizer-se mutuamente...
“As sociedades, quando não têm objectivos, votam ao Centro”, dizia um dirigente da Juventude Socialista.
“Somos pagos para não trabalhar”, disse anos mais tarde quem tratou desse mesmo pagamento.
Os dois, curiosamente, afirmaram-no com a niilista impressão de proferirem frases originais, históricas, sem saber que falavam de si próprios...
Mais palermas, só os chapéus.
E esse homem entrou no Congresso, e ganhou o lugar de Presidente do dito partido. Por inerência, deveria passar a ser vice primeiro-ministro.
Mas não foi; o primeiro chamou-o, e chamou-lhe parolo rude e tosco, e que nunca iria a lado nenhum com tanta parolice.
Magoado, tanta ingratidão por tantos trabalhos em conjunto e tantas conspirações em segredo, rompeu a ligação e levou o país a votos. A mafia negra já tinha formado o PRD e o homem rude e tosco subiu a primeiro-ministro, sem maioria.
Depois foi só trabalhar um pouco a imagem e a voz – tarefa árdua – e gerir os milhões de contos que começavam a emigrar da Europa Central para as nossas Camorras .
Uma parte voltou à origem sem ninguém se aperceber; outra serviu para comprar casas de praia, carros e outros pequenos confortos; outra era distribuída às massas populares quando algum membro do Governo as visitava.
Com tanta alegria a recebê-lo, o nosso McGiver convenceu-se que era adorado e desejado.
A Mafia fez-lhe a vontade: o tenebroso PRD provocou a queda do Governo; novas eleições e pela primeira vez nesta República um partido tem maioria absoluta.
1.- Preparar a partida
Figueira da Foz, algures por 1985 – 1986. Um homem rude, boçal e tosco, embandeirado apenas por um doutoramento (verdadeiro, diga-se) em York e com McGiver na cabeça, tendo comprado de fresco um Citroen BX numa época em que era recomendado fazer uma rodagem – agora os carros vêm com a rodagem feita na hora – decide fazer a dita naquela terra.
E por acaso, que só por acaso estas coisas acontecem, havia nesse fim de semana nessa mesma terra um congresso do partido a que pertencia (hoje não pertence, embora se divirta a jogar peças às cegas lá para dentro, derrubando quando lhe apetece dirigentes sejam eles primeiro-ministro ou não. Há gostos que não são passíveis de discussão.).
Apesar de tudo o que sucedeu e sucede em Portugal, estava-se na num dos períodos mais tristes de todos estes trinta e tal enganos sucessivos, governados pela pior escória que Abril alimentou (o Bloco Central). Com a PIDE reciclada e reutilizada no SIS / SIR e aparelhos desses partidos, juntando aos ficheiros da dita os updates decorrentes dos dez anos já passados; com o nome, que basta o nome, do então primeiro ministro; com o que se negociava em Bruxelas para vender o que nos restava da Alma; o tráfico de armas feito a partir dos protagonistas nacionais; o dinheiro e a fruta de Macau a insinuar-se nas altas esperas, dominando-as, – este foi um período, e já mencionado neste blog, do terror mais subtil que nem Salazar ousou empreender. Só no reino da pura mafia (António Guterres e Jorge Sampaio) se igualou e pontualmente ultrapassou a maldade publicamente exercida sobre a população. Já lá vamos.
O mais curioso, e que comprova que pelo menos em Portugal o centro é ocupado por hordas de medíocres, imbecis e analfabetos funcionais, o mais curioso é que com tanto dinheiro à disposição (que lhes importava a origem?) ; com tanto poder nas mãos; com o nosso destino traçado e vendido (é esse o termo!) para os próximos cem a duzentos anos, os palermas andavam às turras, a propósito d'isto é meu, e os membros do governo vinham à televisão maldizer-se mutuamente...
“As sociedades, quando não têm objectivos, votam ao Centro”, dizia um dirigente da Juventude Socialista.
“Somos pagos para não trabalhar”, disse anos mais tarde quem tratou desse mesmo pagamento.
Os dois, curiosamente, afirmaram-no com a niilista impressão de proferirem frases originais, históricas, sem saber que falavam de si próprios...
Mais palermas, só os chapéus.
E esse homem entrou no Congresso, e ganhou o lugar de Presidente do dito partido. Por inerência, deveria passar a ser vice primeiro-ministro.
Mas não foi; o primeiro chamou-o, e chamou-lhe parolo rude e tosco, e que nunca iria a lado nenhum com tanta parolice.
Magoado, tanta ingratidão por tantos trabalhos em conjunto e tantas conspirações em segredo, rompeu a ligação e levou o país a votos. A mafia negra já tinha formado o PRD e o homem rude e tosco subiu a primeiro-ministro, sem maioria.
Depois foi só trabalhar um pouco a imagem e a voz – tarefa árdua – e gerir os milhões de contos que começavam a emigrar da Europa Central para as nossas Camorras .
Uma parte voltou à origem sem ninguém se aperceber; outra serviu para comprar casas de praia, carros e outros pequenos confortos; outra era distribuída às massas populares quando algum membro do Governo as visitava.
Com tanta alegria a recebê-lo, o nosso McGiver convenceu-se que era adorado e desejado.
A Mafia fez-lhe a vontade: o tenebroso PRD provocou a queda do Governo; novas eleições e pela primeira vez nesta República um partido tem maioria absoluta.