10/18/2005

7ª SESSÃO - AS LENTAS CLARIFICAÇÕES

Em 2/3 anos se clarificaria, com laivos de monstruosidade, uma parte da nossa situação.
Em Portugal, como na esmagadora maioria dos países ditos de referência mundial, havia duas classes de profissionais de saúde: médicos e enfermeiros. Os barbeiros tinham perdido o direito ao exercício do mester...
Hoje, 30 anos depois, assim continua.
O leque só é alargado em campanhas eleitorais, pontualmente para calar alguma classe com aspirações a tal, ou por responsáveis do Ministério da Saúde -que talvez sem excepção, têm demonstrado nada entender do Universo que governam- quando querem mostrar trabalho (a tal obra feita dos políticos ultra-medíocres) ou quando, por alguma falha técnica, são defrontados na TV com alguém que conheça um pouco sobre governação nesta área.
Isto significa que, face à Lei, só podem intervir directamente junto do doente profissionais dessas duas áreas. Nos EUA, por exemplo, existem os paramédicos - que em nada se comparam com a caricatura portuguesa- que são a "tropa de embate", nomeadamente em casos de acidentes.
A própria OMS define padrões de saúde pelo ratio médico e/ou enfermeiro por X habitantes, excluindo qualquer veleidade seja ela psicóloga, nutricional ou outra.
Mas, enquanto que noutros países há uma libertação cultural que permite a qualquer profissional se afirmar na sua carreira e exercê-la com satisfação, aqui o anátema é pesado. Só a hipocrisia e a ignorância (nada é infinitamente bom ou mau por si só) têm permitido aqui e ali o emergir pontual de alguns profissionais saídos destas áreas que, recorde-se, escolheram... "voluntariamente".
Este intróito justifica-se:
Qual o enquadramento académico, e legal, destes novos quadros? Pois.
Medicina e Educação Física: seguiram o seu percurso normal, salvo as equiparações fraudolentas que o Estado deu a professores de ginástica com o 5º e 7º ano dos liceus com o bacharelato e a licenciatura, mas disso trataremos um dia.
Nutricionismo: nada era. Nem médicos, nem paramédicos, nem licenciados, nem bachareis (os bacharelatos estavam extintos em Portugal). Pré-expulsos várias vezes da Uiversidade, pré extintos outras tantas, por razões tão obscuras quanto a sua origem.
A Ordem dos Médicos, única entidade a determinar e terminar o que existe no Ensino Superior da Saúde, encarou muito mal a criação disto, perseguiu os seus fundadores, deu ordens expressas de proibição a Hospitais e Centros de Saúde de empregar estes técnicos.
Falava-se num boicote do Colégio de Especialidade de Endocrinologia. Falava-se em insondáveis mistérios envolvendo docentes que haviam lançado o Curso- opções políticas, jogos de poder, perseguições pessoais- mas nada jamais veio a público.
Certo é que, ao fim de três anos, saíam com bacharelato (grau extinto em Portugal!). Acabara aqui, ilegalmente, o seu percurso académico... ilegal
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