10/11/2005

5ª SESSÃO : O HORROR

E está na recta final o 1º ano do tronco comum de Medicina da FMUP. Parece que Sottomayor Cardia já é Ministro da Educação de Mário Soares. Aos nossos apelos, não responde porque não sabe.
Iam correndo as avaliações. Conforme os turnos, a Citologia, a Bioquímica e Biofísica e, para sobremesa, a Bioestatística.
Introduzida pela primeira vez massivamente no Ensino Superior, a Matemática e a Estatística fizeram aqui História. Com uma dúzia de aulas e outras tantas de apontamentos, despertámos: por muito importante que seja, a Estatística vai ajudar a decidir quem será médico ou ... paramédico?. Deliciados com o argumento, houve greve aos exames da cadeira. Votada a greve em Assembleia Geral, foi levado o rigor democrático ao ponto de, em greve, não se permitir que alguém individualmente decidisse fazer exame.
Uma vez, duas vezes ...

O SEGUNDO VOLUNTARIADO - O DESPERTAR DE CARDIA

O Ministro da Educação passou a estar informado do nosso problema e, num ápice, enviou-nos para o nosso segundo voluntariado no espaço de um ano.
Por Despacho seu, iríamos fazer o exame no Comando Central da PSP do Porto, vigiados, e sob o regime de absoluto voluntariado.

Fomos divididos por cinco dias. Em cada um, o grau de dificuldade era radicalmente diferente. E -curioso!- eramos agrupados segundo o grau de contestação feito. Que precisão, Santo Deus! Era tal e qual...Os mais contestatários suaram a estopinhas para arrancar um dez ou um onze no exame, quando não chumbavam: os outros, com permissão senão ordem par copiar, arrancavam sonoros quinze, desasseis e vintes.
Só éramos iguais à entrada:

"Eu, abaixo assinado, declaro que me submeto voluntariamente a executar o exame na disciplina de Bioestatística".

Quem não assinasse voluntariamente não podia fazer o exame. Chumbava. E quem chumbasse, nesta ou noutra cadeira, jamais se poderia matricular novamente na Universidade do Porto.
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